quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Máquina de escrever - 04.

 Eu não estava esperando nada disso. Na verdade, eu estava querendo sem querer. Ou sem querer querendo... Mas aconteceu. Tudo de novo. Os mesmos sentimentos, os mesmos pensamentos. O calor no peito, a expectativa. Eu passei a acordar animado só por que sabia que ia te ver. Comecei a sorrir porque você estava por perto. Eu via a beleza nas coisas, via a razão das cores. As músicas felizes me faziam dançar, você me fazia sonhar. Eu sorria em pensar e você, idealizei você. Aquela vontade de te ligar, de mandar mensagens... Cartas, textos, indiretas, diretas. Tudo isso pra disfarçar a verdadeira vontade que era de te beijar a cada segundo que eu te via. O assunto mais falado na minha roda de amigos, sem dúvidas era o seu nome. O que eu mais pensava diariamente era você. De fato, você foi o causador de tudo.
 Você fez com que eu me sentisse vivo de novo. Você me motivou a algo que até hoje não sei o que é. Você me inspirou, me acalentou, me acarinhou. E foi só meu. Quantos beijos, quantos abraços... Eu pude sentir tudo nos meus sonhos. Mas agora, quando acordo, eu tenho raiva. Uma vontade de dormir pra sempre. Porque lá, tudo é como eu quero. Os meus sonhos são bons. Eu faço com você tudo o que eu tenho vontade. Eu posso tudo. Nós vamos para o parque, para um piquenique. Lá não tem ninguém por perto, mas eu nunca me sinto sozinho. Lá eu tenho você. Mas quando eu acordo, é sempre o mesmo pesadelo. Você, porém longe. Frio. Distante. Mesmo perto. Você não é meu. Não tem beijos, não tem abraços. Sem piquenique, sem você. Sem cor, sem vida, sem motivo, sem cheiro, sem gosto, sem ansiedade. Sem graça. Acho que é bem assim que eu me sinto sem você... Sem graça.
 Não tem risos, não tem nada. As suas mãos não estão nas minhas, seus braços não estão ao meu redor. É tudo tão diferente do meu mundo... Você é tão diferente nos meus sonhos... Talvez seja isso. Talvez eu idealize demais. Mas será pecado? Você nunca o fez? Talvez você não tenha culpa, talvez sou o culpado de tudo. De dormir demais. De sonhar de mais. De te amar demais e de te querer demais.
 Porém dói. Saber que você se foi, sem nunca ter nem vindo.

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