sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Máquina de escrever - 05.



 Eu sempre vou dormir na esperança de que tudo passe quando eu acordar novamente. Mas isso não adianta muito... Sempre, você é uma das primeiras pessoas que eu vejo. Mesmo que eu não te veja, você vem nos meus sonhos. E talvez, esse seja o motivo do meu mal humor. É o meu mal amor. Você.
 Você está sempre lá, com um rosto brilhante. Parece que foi esculpido. São as pequenas atitudes, as bem pequenas, que ninguém nota. Elas me arrepiam. Esse seu jeito só seu de me ter só pra você. Você vem sorrateiro, assim, como quem não quer nada. E não quer mesmo. Talvez esse seja o grande problema.
 Porque você me usa de ioiô. Me joga pra baixo, me puxa de novo pra cima. Pra palma da sua mão. E é assim que você me tem. Eu já nem tento desmentir, porque não tem jeito. Eu tento sonhar com outras paisagens, outras flores e outros campos, mas em todos eles você está presente. E quando não está, esses lugares não existam.
 Eu sempre penso finalmente estar livre, livre de você e dessas correntes que nos unem, mas parece ser impossível. Seu charme já é irresistível. A vontade louca, de beijar sua boca. Talvez eu mereça um prêmio por autocontrole. Porque não é fácil, me segurar sempre...
 Sempre que me chama, que para e faz pose. Que me toca, que me canta. Que me olha, que me encanta. É difícil, não correr pros seus braços. Quando você me toca... É um choque! Um choque bom. Você não deveria fazer isso comigo.
 É um pecado, um erro, um crime de estado. Você me ter, sem querer. Me provocar, sem com que eu possa me mexer. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário