Agora eu
estou aqui, deitado no escuro do meu quarto com a cabeça voltada a você. A
nossa música está soando baixinho ali no canto, e ela faz com que eu te queira
ainda mais. Eu não estou procurando nenhuma coincidência mirabolante que faça
com que eu acredite em você ainda mais. Elas só existem.
Ao meu
redor, um abajur, um bando de canetas coloridas jogadas sobre a minha cama, eu
e a nossa caixinha de música. Eu pensei em te escrever, perfumar com meu cheiro
e lhe enviar. Seria mais bonito assim. Mas não tenho seu endereço. Acho que
essa vai ser só mais uma daquelas cartas de amor que eu te escrevo mas não te
entrego.
Mas não me entrego.
É como
se seus olhos estivessem acompanhando cada linha que essa caneta desenha sobre
o papel. E você não está aqui. Eu posso senti-lo, lá no fundo... Venha mais pra
perto, deixe-me alcançar-te!
Ah,
amor...
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