sábado, 17 de novembro de 2012

Máquina de escrever - 36

Feche a porta, não precisamos de mais frio. Você pode tirar o casaco se quiser, eu já vou acender a lareira. Bom, acho que estamos sem luz, então vou acender essas velas também. Ainda bem que as tenho por perto. Minha mãe achou que seria bobagem mas eu gosto. Das cores e do cheiro, apesar de que nunca as acendi. Acho que eu sempre esperei inconscientemente por uma ocasião especial, e ela inconscie
ntemente chegou. Quanto aos filmes que você trouxe, é uma pena que não tenhamos luz, mas acho que ainda tenho algum tempo de bateria no notebook. Eu vou te preparar um jantar, também estou com fome... Assim podemos jogar conversa fora, faz tanto tempo que esperei por isso... Depois podemos ir para o filme, que tal? ... Ops, a luz voltou. Mas não precisamos acendê-las. O clima das velas está excelente. Tem um lado bom agora: música. Posso colocar algo pra tocar? Que tal La Valse D'Amelie? Amo instrumentais no piano. Ou melhor ‘My Valentine’, do Paul McCartney? As duas. São ótimas companhias. Agora, deixa isso. Trás o vinho, eu pego o travesseiro. Se acomode aqui, embaixo da lareira. Tem um cobertor ali, mas acho que o seu calor me seria mais apropriado. Chega pra cá, encosta ali. Me abraça por aqui, me pega assim. Pronto, podemos ficar assim até o amanhecer. Eu te preparo um chocolate quente antes mesmo que você acorde, e você nem vai notar que ainda está na terra. Eu já saí daqui a muito tempo. Quando você me olhou, eu cheguei ao paraíso.

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