domingo, 18 de novembro de 2012

Máquina de escrever - 37


Eu olho pra trás e não lhe vejo. Eu fecho os olhos e penso na nossa história. Confesso que 3 anos de coisa ruim perto de 3 meses de coisa boa, é difícil equilibrar e ver o lado bom, mas eu consigo. Eu me lembro de todos os toques, dos olhares, dos telefonemas. De cada detalhe do teu corpo e do teu jeito. Lembro da tua voz, da tua risada, dos furinhos que despontavam da tua bochecha sempre que você sorria pra mim. Ou de mim. Lembro me do teu cheiro, do teu cabelo, das tuas roupas e das tuas manias. Da forma como você tocava na minha mão e a apertava quando necessário. Da forma como você mordia teus lábios involuntariamente quando pensava em algo empolgante. Ou quando falava algo provocante. Lembro me de como eu era completo, eu transbordava. Lembro me dos filmes que nós vimos juntos, das músicas que trocamos, das cartas que ainda tenho e de todas as formas com as quais você me tocou, mesmo com suas mãos longe de mim. Pego minha mente em devaneios tidos em teu mundo, e vejo a forma com que você ainda me toca. Em tudo o que você me influenciou e que gerou em mim. A forma com a qual cresci longe de você mas por sua causa, a forma com a qual eu corto meu cabelo e visto me dos pés a cabeça. O jeito que eu sorrio. E o que eu choro. E o que eu não choro. Lembro me de você a todo o tempo, agora como algo nem bom nem ruim. Algo que aconteceu ou não. Algo que foi bom ou não. Algo que existiu ou não. Não sei até onde foi real, nem onde foi que eu acordei. Já não sei se você existe, se existiu. Se foi meu, ou se imaginei. Não sei mais porque eu acordei, mas sei que a ultima vez que eu fechei meus olhos eu não estava te vendo. E quando acordei não estava também. Enquanto durmo, você me visita. As vezes. E é por isso que eu durmo tanto. E durmo tão pouco. As vezes preciso das suas visitas. As vezes corro de você. As vezes te amo. As vezes me amo. As vezes respiro. Outras me afogo. As vezes você. As vezes eu. As vezes nós. Nunca a gente.

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