quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Máquina de escrever - 44


Primeiro, as nuvens começaram a pingar. Como quem chora baixo, quieto... Como quem tenta segurar um mundo nas costas. Depois, o vento começou a soprar, primeiro vindo fraco, de longe, como quem não vai a lugar algum. Depois, veio forte, imponente, levantando tudo que estava em seu caminho e querendo levar longe quem se impunha em seu caminho. Depois, as nuvens não conseguiram mais se conter e desabaram em lágrimas, ou melhor, chuva. Uma chuva torrencial que caía, unida aquele vento que tentava me mandar pra longe, mas eu resisti, o máximo que pude, parado naquele vendaval que tentava me levar pra algum lugar. Eu fiquei parado ali no meio, pois sabia que se eu pudesse enfrentar aquilo, os meus sentimentos podiam ser lavados com aquela água e os ruins, levados com aquele vento.

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