domingo, 21 de abril de 2013

Máquina de Escrever - 52

Cada dia, cada mês, a cada ano que se passa as coisas ficam mais sérias. E eu me pergunto como será no futuro. Se é impossível prever, como se preparar? Tudo é mais intenso, mesmo quando você não quer estar no olho do furacão. As vezes você só precisa de uma rede, mas aí se lembra de que não tem ninguém pra balançar você, enquanto um dia alguém já se deitou em uma com você. Você vê todos aqueles romance, todos aqueles filmes, escuta todas aquelas histórias de amor que já tiveram um ou mais capítulos ou cenas da sua vida. Você se lembra de tudo com tamanha intensidade, que queria perder toda a memória. Porque quando o momento de sonho acaba, o que te chega é uma realidade gélida. Mas não, ninguém vem te cobrir. Talvez isso tenha acontecido um dia, mas não agora. Poxa vida, tudo não passou de um minuto ou dois. De um dia ou dois. Foram só um beijo ou dois. Mas cada segundo que te abracei (ou quis fazê-lo) me acompanharam pra sempre, mesmo que você não. Hoje eu preparo o mesmo misto-quente, mas um só, só pra mim. Fica um lado vazio na sanduicheira. E um lado vazio na cama que um dia, você ocupou. Fica um vazio na minha mão, onde um dia seu cabelo passou. Fica um vazio no meu ombro, onde você uma vez tocou. E um vazio no meu coração, que um dia você habitou, mas quis se mudar.

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